Acho que a performance no rio Capibaribe fala um pouco sobre uma natureza interior, instintiva, que precisa ser defendida. Os muros que construímos nas cidades e todo esse concreto é um reflexo de como nós lidamos também com a nossa natureza interior. Construímos muros (internos e externos) e colocamos limites em tudo que é espontâneo e vivo, queremos controlar tudo e entramos em ritmos de vida frenéticos; isso tem a ver com o distanciamento da natureza que nos circunda também, de seu ritmo. Estar imersa na água ou brincando com o fogo no Capibaribe é de certa forma chamar a atenção para a necessidade de um resgate desse outro ritmo, dessa outra face de nós mesmos.
No cenário urbano a natureza resiste nas frestas, a vida brota na contramão. O rio Capibaribe é um respiro dentro da cidade, mas infelizmente mais para ser visto do que para ser sentido com todo o corpo, penetrado. É muito triste termos que ir para longe para ter um contato maior com a natureza, quando ela está aqui ao nosso redor, mas muito mal cuidada e aproveitada. Podemos até esquecer disso, mas ainda somos natureza.
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Audiovisual
Direção e produção
Alexandre Salomão
Performance e roteiro
Marina Mahmood
Direção de Produção
Luiz Manuel
Fotografia
Ana Olívia Godoy
Alexandre Salomão
Captação de som
Lara Bione
Assistente de fotografia e edição
Rick Almeida
Montagem
Alexandre Salomão
Correção de cor/grading
Zé Diniz
Trilha
Alexandre Salomão
Fotografia Still
Yuska Ferreira
Ana Olívia Godoy
Agradecimento
Flávio Amorim da Silva